claire de lune – debussy
[Amelw Wewaller-Óleo sobre tela]
diariamente o sentimento prende-se
àqueles cujo olhar absorve o lado
sombrio de uma árvore em combustão.
noites de fogo e malvasia nos lábios.
um acorde e uma lua cheia de imprevistos
na claridade de uns olhos que perguntam
coisa nenhuma que é uma forma
de se interrogar quase tudo.
será que não tem mais encanto ainda, a lua,
depois de ser pisada pelo homem?
ainda há quem faça versos e
tenha as respostas todas num bater de cílios.
um cão lambe os dedos
e o dia transparece no rodar frenético
dos carros. deuses, mentecaptos, néscios
na margem das estradas clareadas.
um poema nasce e morre à intensidade
de um acidente e o último sopro
é uma flor seca, vasos sem aroma
na brancura geométrica das pedras.
que sentir é este onde os ciprestes
e os álamos vivem do húmus
resto de restos de ossos e vermes?
àqueles cujo olhar absorve o lado
sombrio de uma árvore em combustão.
noites de fogo e malvasia nos lábios.
um acorde e uma lua cheia de imprevistos
na claridade de uns olhos que perguntam
coisa nenhuma que é uma forma
de se interrogar quase tudo.
será que não tem mais encanto ainda, a lua,
depois de ser pisada pelo homem?
ainda há quem faça versos e
tenha as respostas todas num bater de cílios.
um cão lambe os dedos
e o dia transparece no rodar frenético
dos carros. deuses, mentecaptos, néscios
na margem das estradas clareadas.
um poema nasce e morre à intensidade
de um acidente e o último sopro
é uma flor seca, vasos sem aroma
na brancura geométrica das pedras.
que sentir é este onde os ciprestes
e os álamos vivem do húmus
resto de restos de ossos e vermes?
José Félix
José Félix,
ResponderExcluir"{...}na claridade de uns olhos que perguntam
coisa nenhuma que é uma forma
de se interrogar quase tudo."
Senti essa claridade nos olhos da alma de sua
poesia.
Parabéns.
Belíssima!
Eliana Crivellari
Eliana
ResponderExcluirGrato pela leitura e comentário
O poeta tange a imagética, qual pura melodia:
ResponderExcluir...olhos que perguntam
coisa nenhuma que é uma forma
de se interrogar quase tudo.
Belo!
Livia Abdala-Líbano